terça-feira, 24 de março de 2015

Colômbia – Aracataca/Macondo




A primeira vez que toquei no “100 anos de solidão” eu tinha acabado de entrar na faculdade e estava decidida a me tornar uma leitora assídua, mas confesso que abandonei o livro antes de chegar à metade. Nosso reencontro foi muitos anos depois, na estante do meu antigo trabalho, e aí sim consegui ler tudinho e ainda gostar muito. Por isso defendo que julgamentos de livros/filmes/arte (e talvez de tudo) devem ser sempre provisórios. Às vezes, é apenas o momento errado. Ou foi apenas o momento certo.



Quando cheguei à Colômbia, já era fã do Gárcia Márquez e queria ver tudo que se relacionava com ele, mas visitar Aracataca, a cidade que inspirou Macondo, nem tinha passado pela minha cabeça. Até que descobri que estava bem mais perto do que imaginava e dava para fazer um bate-volta (fica a pouco mais de uma hora de ônibus de Santa Marta). O estranho é que ninguém sabia explicar como se fazia para chegar lá e minhas perguntas pareciam quase uma aberração. Depois entendi o porquê disso. Aracataca, de fato, não tem absolutamente nada de turístico. É um vilarejo super simples, pacato, bucólico. Tem a casa onde o Garcia Marques cresceu, que virou um museu bem bonitinho, e só. E, claro, uma pracinha com uma igreja. E a estação de trem!



Ainda no caminho, o que me chamou a atenção foram as plantações de bananeiras - a cena mais marcante do “100 anos” pra mim é o massacre dos trabalhadores grevistas da United Fruit Company. Gostei também de andar nos táxis-bicicletas. 



Independente do livro e do Gárcia Márquez, conhecer Aracataca é uma oportunidade de ver um pouco da vida de uma Colômbia fora dos roteiros.


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