segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Encontro com Antonio Prata



Fui "apresentada" ao Antonio Prata numa conversa despretensiosa com um amigo tipicamente meio intelectual meio de esquerda. Foi usando o termo que ele despertou em mim a curiosidade para conhecer o cronista da Folha.

Logo no primeiro texto, fui irremediavelmente fisgada. Do pleno desconhecimento passei direto para divulgadora voluntária. Li "Bar ruim é lindo, bicho" pras minhas colegas de trabalho, pro pessoal lá de casa, pra minha amiga de infância que mora na Bélgica e estava de férias no Rio... 

Num período de ócio no escritório, li tudo dele e sobre ele disponível na internet. Comprei "Meio intelectual Meio de esquerda". Ganhei "Nu, de botas". Devorei ambos devagar. Com pena para que não acabassem logo.

Quando só me restava aguardar a coluna do próximo domingo, tentava usá-la da maneira mais eficiente possível. Esperava chegar aquele que tinha tudo para ser o pior dia da semana e degustava cada palavra com parcimônia. Era a garantia de que aquelas 24 horas teriam pelo menos alguns minutos de puro prazer.

Nesse meio tempo, minha roomate o encontrou em São Paulo e gravaram um vídeo de parabéns para o meu aniversário que se aproximava. Ainda não encontro palavras para descrever o quanto fiquei feliz com a surpresa que recebi assim que virou a meia-noite.

Pouco mais de um ano depois daquele primeiro contato, tive a oportunidade de ouvir sua língua presa e seu jeito meio tímido meio doce ao vivo na Flip. Confesso que estava quase ansiosa para que a mesa acabasse logo e eu pudesse falar diretamente com ele na Tenda dos Autógrafos. Pediria uma foto apenas como desculpa para poder chegar ainda mais perto.

Quando entreguei o livro em suas mãos para a assinatura, agradeci pelo vídeo de aniversário. Na hora, ele lembrou: "Ah... era pra vc na Livraria da Cultura...". 

Minhas mãos tremiam e até agora não acredito que a única coisa que consegui dizer enquanto o abraçava para a foto foi: "você é muito fofo!".




quinta-feira, 17 de julho de 2014

Uma foto, uma história - Post 5



 

Eu sou aquele tipo de torcedora fanática por futebol de vez em quando. A verdade é que passo a maior parte do ano sem sequer saber o que está acontecendo nos campeonatos nacionais e europeus, mas em ocasiões especiais, viro super fã e quase engano como entendida do assunto. 

É assim na Copa do Mundo, na reta final da Champions League, quando o Flamengo está brigando por títulos (o que, ainda bem, acontece com freqüência :P), ou quando visito uma cidade importante para o esporte. 

Por isso, o primeiro lugar que conheci em Londres foi o estádio do Chelsea. Se reparar, dá para ver minha mochila nas costas. Foi literalmente o primeiro lugar, antes mesmo de passar na casa do meu host para deixar as coisas.

Bem, para ser honesta, não cheguei a entrar, porque tinha que pagar e... bem... já contei aqui como era a vida de au poor. 

De qualquer forma, foi muito emocionante. Passei anos da minha vida assistindo os jogos do Chelsea, torcendo, imaginando que um dia eu poderia estar lá sem, de fato, acreditar nisso. Até que aconteceu! 


quarta-feira, 9 de julho de 2014

(Minhas) Melhores imagens da Copa

A Copa acabou de uma maneira inacreditavelmente feia para o Brasil. Mesmo assim, tivemos lindas imagens. Que fiquem os bons momentos!

Segue a seleção das (minhas) melhores imagens da Copa até aqui. Não em ordem, já que seria muito difícil elencar isso. Ainda faltam três jogos! Talvez o melhor ainda esteja por vir.


1 - David Luiz - são tantas imagens lindas que ele protagonizou!
a) o abraço ao garotinho Daniel Júnior - depois do pique que ele deu para alcançar o zagueiro ainda em campo.

b) o abraço ao Jamez Rodríguez - depois de vencer a Colômbia, com um golaço. Um espírito de solidariedade e empatia admiráveis.


c) o pedido de desculpas, chorando, depois da péssima derrota pra Alemanha na semi-final.


2 - Holanda - se o Brasil perdeu dessa maneira, só não foi mais deprimente porque existe a Holanda.

a) ver meu irmão entrar dentro de campo com eles, entre o Bruno e o técnico Van Gaal, e ser abraçado pelo Robben. 

b) assistir os treinos deles na Gávea, tirar foto com o Robben e com o Sneijder, conversar com o Bruno Indi. 

c) eles curtindo o Rio, brincando na praia. E depois, no Santa Marta, conhecendo a favela. Muito legal!


3- Participar da Festa 
a)Assistir a Bélgica ganhar da Rússia. Assistir a uma partida da Copa do Mundo no Brasil. Assistir a um jogo no Maracanã.


b) Curtir os jogos pelas ruas, ver a empolgação da galera, ver a cidade cheia de turistas de todos os cantos e a maioria apaixonada pelo país.


4 - Alemanha simpática - Perder de tanto para eles ficou um pouquinho menos pior, porque eles estavam sendo tão simpáticos e calorosos conosco. Gosto de quem gosta do Brasil.
Podolski e Schweinsteiger torcendo com nossa bandeira



5 - Hino Nacional - Ouvir o hino cantado a pleno pulmões por seleção e torcida. De arrepiar e encher os olhos d'água.


quarta-feira, 2 de julho de 2014

Minha Copa do Mundo no Brasil

Há um ano, na Copa das Confederações, eu estava com toda empolgação na rua gritando "#não vai ter copa". Não que eu realmente acreditasse nessa possibilidade ou mesmo a quisesse, mas era bom colocar pelo menos um pouco de medo nos governantes. 

Talvez por isso, pelo fato de não ter ingresso para o estádio e por outras questões pessoais, até a abertura da Copa do Mundo no Brasil, eu não estava lá muito empolgada. Iria assistir os jogos, torcer pela seleção e pronto. Mas aí a bola rolou e eu me vi, ainda mais do que nas outras vezes, totalmente fissurada pelo Mundial. 

E, pra mim, honestamente, não existe conflito entre uma coisa e outro. Política, governo, Fifa, obras inacabadas, promessas não cumpridas, e todos os contratempos nada têm a ver com a bola em campo, com a competição (e confraternização) entre as seleções e com a alegria dos torcedores pelas ruas. 

O esporte é encantador. A expectativa e o medo do gol, as belas jogadas, a raça e empenho de jogadores, às vezes nem tão habilidosos. E, para além disso, me emociona o que a competição pode representar. Países com disputas políticas se encontrarem em campo e jogarem limpo, confraternizarem, se ajudarem durante e depois do jogo. E essa solidariedade se espalhar entre os torcedores. Vi, em Copacabana, uma americana e uma iraniana, cada uma com a bandeira de seu país, posarem para foto juntas e depois se abraçarem. Alguns países com enormes dificuldades darem motivo de orgulho a seus compatriotas.

É claro que (só) isso não muda o mundo. E nem acho que o futebol deva ser a maior alegria de um cidadão, mas pode fazer parte dela.

No próximo post, uma seleção dos (meus) melhores momentos da Copa. :) 

Que venha a Colômbia para o Brasil, a Costa Rica para a Holanda e a Argentina para a Bélgica.

segunda-feira, 16 de junho de 2014

Leonardo Gonçalves



Meus planos eram atualizar esse blog uma vez por semana, mas nos últimos meses, a vida ficou corrida demais e o Antes de Casar acabou tomando o pouco tempo que tinha para me dedicar à escrita.

O tema dos blogs são bem diferentes, mas dessa vez vou repetir o assunto. Com textos distintos, já que no outro foi Didy quem escreveu – aliás, sua estreia como blogueira. 

E o assunto é: Leonardo Gonçalves! 

Foto by Bia Simplício
Eu conheço o Leo há mais de uma década, desde que ele solou “A Minha Esperança” no antigo Tom de Vida. Quando lançou seu primeiro CD – Poemas e Canções – em 2004, eu gostei da maioria das músicas, ouvia sempre, mas não nutria nada de especial por ele. Até que ele ficou muito popular no meio adventista e ganhou o status de “estrela”.  Assisti uma apresentação dele no estádio Caio Martins, em Niterói, e a plateia gritava enlouquecida, tietagem total. Detestei. E pequei maior implicância com ele. Comecei a achar que ele só cantava para aparecer, que aquela infinidade de “voltinhas” (depois aprendi que o nome correto é melismas) eram totalmente desnecessárias e por aí vai. Mas continuava ouvindo o CD porque as músicas eram boas, não por causa dele, mas apesar. 

Até que em 2008, o Leo lançou seu segundo CD – Viver e Cantar – e, meio que contrariada, fui assistir ao lançamento na IASD Central RJ. Dessa vez, nem do CD tinha gostado, já que as músicas eram mais complexas e nem tão fáceis de entender. 

E foi aí que tudo mudou. Praticamente a cada música, o Leo fazia uma introdução – explicando de qual texto bíblico aquela canção tinha sido inspirada e apontando um ensinamento teológico. Ele também abriu espaço para perguntas e respondeu muito honestamente. Adorei! 

A partir daí, quis conhecê-lo melhor. Comecei a ler seu blog, suas entrevistas, ver os vídeos do Youtube e... virei fã! Menos pelo talento musical do que pela afinidade teológica. Eu, que sempre fui muito conservadora nos meus pensamentos religiosos, me abri a uma infinidade de visões que nunca pensei em aceitar. O Leo era quase sempre tão consistente nas suas argumentações que, mesmo que não me convencesse, me fazia parar para pensar na questão. 

Em 2010, o Leo gravou um CD todo em hebraico chamado Avinu Malkenu e ele sempre canta uma dessas músicas nas suas programações. Mesmo com tantos problemas no Oriente Médio, o Leo foi a única pessoa que já me fez orar pela paz em Jerusalém e mais de uma vez. Embora seja óbvio que devemos orar por um povo em tamanho conflito, o assunto é tão rotineiro que eu, por exemplo, nunca tinha me dado conta e de fato parado para interceder por isso.

Lembro de um vídeo no Youtube em que ele fez algo tão simples que me tocou muito. Ele estava numa programação não-adventista, com um coral também não adventista. Como acontece muitas vezes no meio cristão moderno, o público delirava, gritava... Para mim, que não estou acostumada com esse ambiente, era uma bagunça. Quase no fim da canção, o Leo incitou o povo um pouco mais, pediu para darem glória a Deus e aleluia e em seguida falou: “agora fiquem um pouco quietos. Deus também pode ser adorado no silêncio”. Se eu já não fosse fã dele, teria virado naquela hora. Ele não deu bronca em ninguém, mas também não se omitiu. Deu seu recado respeitando a visão do outro, mas mostrando uma diferente. Queria eu saber agir assim em tantas situações. 

Quanto eu estava na Europa, ouvia ainda mais o Leo. Era uma maneira de me manter conectada com o Brasil, com a igreja, com aquilo que me fazia sentir em casa. Tantas vezes passei as tardes de sábado assistindo suas programações na internet. Foi nesse período, em 2012, que ele lançou seu quarto CD -  Princípio e Fim. O engraçado é que, por conta disso, algumas músicas desse CD me remetem imediatamente a minha vida na Bélgica.

Por essas e outras, fui a Genebra num fim de semana específico para ver o Leo cantar e fui sábado retrasado à Barra assistir o Sarau. 

Como se fosse possível, voltei ainda mais fã do Leo. Pelas músicas, pela “pregação” e pelo nosso breve encontro. Deus já falou muitas vezes comigo por meio do Leo e espero que continue falando.

Foto by Bia Simplício

PS: Está tendo Copa e o mundo está no Brasil. Tema do próximo post! 

terça-feira, 29 de abril de 2014

Uma foto, uma história - Post 4




Eu já disse aqui que tenho um irmão flamenguista-doente que me ensinou direitinho a me orgulhar do mengão onde quer que eu estivesse. Como também sou uma niteroiense apaixonada, me derreto por ambos sempre que tenho a oportunidade. Em nenhuma das minhas viagens ao exterior foi diferente. Disparava milhões de elogios à Nikity e indicava a todos (estrangeiros e brasileiros de outros estados) que atravessassem a ponte, se um dia estivessem no Rio. Também deixava claro que Maraca em jogo do Flamengo é um espetáculo à parte e imperdível.

Por tudo isso, quando realizei um dos sonhos da minha vida, de conhecer o Muro de Berlim, deixei registrado minhas paixões: Mengão, Nikity, Rio, Brasil.

PS: não sou uma vândala pixando um monumento histórico. Essa é uma parte do Muro liberada para deixar registros.

quarta-feira, 9 de abril de 2014

Sana: lugar de bicho-grilo




Cachoeira da Mãe - e um bichinho grilo
Duas das minhas melhores amigas me chamam de bicho-grilo. Logo eu: tão urbanizada e tão careta. Mas talvez elas tenham razão – a essência do “bicho-grilismo” está lá, timidamente manifestada nos pequenos pensamentos cotidianos. 

Não à toa, escolhi passar meu aniversário no Sana. Desde a minha adolescência, ouço falar do lugar como terra do Paz e Amor, bem no estilo Bob Marley. E, mesmo com a popularização, é verdade!





Localizado na região serrana de Macaé, próximo a Casimiro de Abreu e Nova Friburgo, o Sana é o tipo do lugar que celular não pega. Internet, então... Por incrível que pareça, só a Oi tem sinal por lá. E é ótimo que seja assim. Desligamento total.
 
A “bicho-grilisse” paira no ar do Sana desde a entrada, numa estradinha de terra toda esburacada, e fica ainda mais evidente quando se chega ao “centro”, que consiste em uma praça, um posto de saúde, uma feira de artesanato e muitas lanchonetes. Ao redor, são praticamente todos bichos-grilos. 

Cachoeira do Escorrega - nome dado por motivos óbvios
A grande atração por lá são as cachoeiras. Uma mesma trilha leva a quatro: Escorrega, Mãe, Pai e Sete quedas. A primeira, a uns 10 minutos de caminhada fácil, é bem movimentada, cheia de crianças e afins. Daí para cima, a subida complica um pouco, o que deixa tudo mais reservado e tranquilo. É uma delícia.




Mas o que mais me marcou no Sana foram o silêncio e o verde. Juntos, uma sensação de paz tão boa e, confesso, tão bicho grilo. 


Hospedagem: ficamos na Pousada Vale Encantado, que é uma delicinha e um preço justo. Um chalé aconchegante, um rio dentro da propriedade, um campinho de futebol. Há 3,5km das cachoeiras e do centro. 

Culinária: almoçamos no Macaxeira, restaurante de comida caseira que fica logo na entrada da trilha das cachoeiras. É barato e comida gostosa. 

quarta-feira, 2 de abril de 2014

Uma foto, uma história - Post 3




Esse foi meu primeiro quarto na Bélgica. Meu pequeno sótão durante cinco meses. A questão da moradia foi, sem dúvidas, o meu maior desafio na Europa. Morar com uma família que você não conhece é empolgante, mas também desesperador. Ainda mais do jeito que tudo se desenrolou. Eu nunca tinha visto fotos da casa e nem dos pais. Sequer tinha o endereço certo para jogar no Google Maps. Foram alguns emails trocados, uma ligação no telefone e pronto. A única coisa que eu sabia é que viriam me buscar na estação de trem. 

Quando eu cheguei àquela casa enorme, com três andares super esquisitos e desconexos, me deu um medo danado. Meu primeiro estranhamento foi que no banheiro não tinha chuveiro. O banho tinha que ser de banheira mesmo. A fama dos europeus não é em vão!

Meu quarto ficava no mesmo andar das crianças. Era pequeno, mas aconchegante. Não tinha armário (o que justifica a bagunça!), mas dava para me virar, já que eu também não tinha tanta roupa assim. E na prateleira ficavam meus livros, minha papelada que tanto amo. 

Privilégio era poder abrir essa janelinha, já que o frio muitas vezes não deixava. Eu ficava tão feliz quando acordava, abria a cortina rosinha e via que o sol estava brilhando...  Era um típico “pequeno prazer” da Bélgica. 

O engraçado é que esse quarto totalmente estranho a mim logo se tornou o MEU quarto. Quando me sobrava um tempinho, adorava ficar lá sozinha, jogada, curtindo meu dolce far niente. Estudava ali mesmo na cama. Dá para ver o estojo e os papéis jogados, né? Era também onde usava o Skype para conversar com minha família e amigos e também onde escrevi tantas vezes para esse blog.

Quando fui embora, me deu um aperto imenso no coração e, hoje, olhando essa foto, a saudade volta com tudo.

terça-feira, 25 de março de 2014

Uma foto, uma história - post 2



Ah... as delícias do anonimato!!! Uma das melhores coisas de quando você está fora do seu habitat natural (seja viajando ou morando fora) é poder relaxar e se soltar, sem se preocupar com o que os outros vão pensar. Afinal, quais as chances de você encontrar essas pessoas de novo?

E você ainda tem a desculpa: "mas eu sou brasileira (chilena, inglesa, japonesa, ou whatever) e no meu país isso é normal!". 

Por isso, cantar em Karaokês é um dos meus programas preferidos no exterior. Se for no inglês imbromation, então, melhor ainda! hahaha

Esses aí somos eu e um coleguinha chinês (que nem lembro o nome, para ser sincera), cantando "Closer" num pub de Bruxelas. Uma singela homenagem ao querido cantor Ne-Yo. :P

Como é bom pagar mico no exterior!

PS: a primeira vez que cantei num karaokê foi em Cape Town, na África do Sul. Toda terça-feira íamos para o mesmo pub. Era nossa "noitada" preferida. E a trilha sonora era perfeita para a ocasião: "Time of my life".

segunda-feira, 17 de março de 2014

Uma foto, uma história - post 1

Vamos começar uma série no blog. Uma foto, uma história. 
 

Quando eu digo que morei dois anos na Europa, eu não sei o que as pessoas pensam. Talvez elas me imaginem cheia da grana, ostentando nos cafés de Paris. Mas a realidade era beeem diferente. :P

No meu primeiro trabalho, como Au Pair, eu ganhava 400 euros, além de casa e comida. Era o suficiente, mas se eu quisesse viajar, devia economizar muito, tanto no dia a dia quanto na própria viagem. E era exatamente isso que fazia. Eu não deixava de sair, mas consumia o mínimo possível. Se pudesse, levava um lancinho, pra não ter que comer fora. O importante era aproveitar a cidade e o momento.

Mas o que tudo isso tem a ver com a foto? O óbvio. Essas aí somos eu e Natasha nos matando para achar uma moeda de 1 euro. É que estávamos na casa do meu irmão em Amsterdam e sem essa mísera moedinha não tínhamos o suficiente para o metrô - que levaria Natasha à estação de trem para voltar para Bélgica. E o pior: não achamos! Meu irmão não estava em casa e a Jô também não tinha pra nos emprestar. Resultado: pedimos alguns cents que faltavam para um senhorzinho na estação.

Está aí. Uma foto inusitada e sua história nada glamurosa. 





terça-feira, 11 de março de 2014

Música, viagens e lembranças...



Todo mundo tem aquela(s) música(s) que marcou um momento da vida. Pode ter sido um episódio específico ou um período. Isso também acontece em viagens. E mesmo tempos depois, quando ouço a canção, vem aquela lembrança tão gostosa, da cidade, das pessoas, da experiência. 

Esse post é a seleção de algumas músicas que marcaram minhas viagens e os porquês.

- Paraty e O tempo não para (Cazuza) – A primeira vez que visitei essa que é minha cidade preferida no RJ, em 200 com minha mãe e irmã Didy, o filme do Cazuza tinha acabado de ser lançado e um dos meus melhores amigos me deu o CD. Ouvia e cantava sem parar. Um belo dia, tomando café da manhã na pousada na beira da piscina, eu e Didy cantávamos: “A tua piscina tá cheia de ratos”. Minha mãe, com uma cara mega assustada, gritou: “Cadê???”. Morremos de rir. E toda vez que a gente canta essa música, incluímos a intervenção da minha mãe. Amo Parati e amo Cazuza. 

O tempo não para (Cazuza)

- Disney e “You are my sunshine” (Jimmy Cliff) Quando eu, minhas irmãs Taninha e Didy e Marcelo fomos à Disney Orlando, algumas músicas chicletes ficaram na nossa cabeça.  Uma delas era You are my sunhine e a outra era a abertura de The Big Bang Theory. Cantávamos (errado, by the way) o todo o tempo. No carro, nos parques e quando voltamos também. 


- França e Mika – Eu trabalhava há duas semanas como au pair na Bélgica e a família resolveu passar o carnaval no sul da França. Seria uma viagem de cerca de 8 horas numa Kombi, com o pai e duas crianças que mal me conheciam. Eu estava desesperada. Eu nunca tinha ouvido o Mika, mas ele salvou minha vida. Foi a nossa trilha sonora o tempo todo. No fim, já conhecia as músicas de cor e adorava. Toda vez que ouço, lembro e morro de saudade das minhas crianças.



PS: Mika também marcou minha segunda visita a Londres. A banda real tocou uma música dele enquanto esperávamos pela troca de guardas. Tão fofo! 


- Bélgica e Alors on Danse (Stromae) – Eu confesso que sou um tanto quanto preguiçosa para descobertas musicais. Se a novidade não cair no meu colo, dificilmente vou em busca. Por isso, morei dois anos na Bélgica e não conheço quase nenhum cantor local. Disse “quase” porque conheci o Stromae e adorei. Ele era Top 5 das paradas de sucesso na Bélgica nos meus primeiros meses por lá com o hit “Alors on danse”. Para quem estava bem no comecinho das aulas de francês, entender o título de uma música no idioma já era uma baita conquista. Foi por ele que sai de casa com apenas R$ 1 euro no bolso. Dei calote no tram e no metrô para assistir um show gratuito que ele cantou no centro de Bruxelas. Eu e minha parceira de pobreza: Natasha! 

- Parc du Cinquantenaire (Bruxelas) e Adele – As crianças de quem cuidei foram minhas grandes influências musicais na Europa. Eu nunca tinha ouvido falar da Adele até começar meu segundo trabalho como au pair numa família inglesa que morava na Bélgica. A filha mais nova também se chama Adele e adorava a cantora. Foi ela quem me apresentou o CD inteiro. Desde que descobri, me apaixonei. Toda noite, ainda claro por causa do horário de verão, saía para caminhar no Parc du Cinquantenaire com Adele no ouvido. Era meu lugar preferido de Bruxelas. Toda vez que passava por aqueles arcos, me dava conta da oportunidade linda que estava vivendo. Toda vez que ouço Adele me lembro desses momentos, das minhas crianças, e do quanto sou sortuda. 


PS: Adele também marcou meu segundo natal em Amsterdam, na companhia da Érika. Foi uma brincadeira nossa que faz eu morrer de rir e depois me sentir um pouco culpada toda vez que ouço Someone like you.