sexta-feira, 23 de março de 2012

Na cidade do Saxofone... e na da mão também!


O inventor do Saxofone é belga. Pois é, eu também não sabia disso até pouco tempo atrás quando minha professora de francês falou sobre isso em aula. E num domingo desses, fui visitar Dinant, a cidade de Adolphe Sax. A casa dele virou um pequeno (bem pequeno!) museu do instrumento, onde se pode ouvir um pouco de história e uns trechos de música. Bem bonitinha e interessante!


Mas o que mais gostei em Dinant foi a gruta La Marveilleuse. Na Europa, quase tudo é história, museus, monumentos, igrejas. Eu adoro, mas confesso que é gostoso ir a uma cidade onde a atração principal não seja uma cathedral (embora Dinant também tenha uma igreja muito bonita!). Mas a gruta é algo diferente, inusitado. Já tinha entrado em uma na África do Sul e foi mt legal visitar essa em Dinant. Embora o guia tenha dado muitas explicações geológicas e científicas para a formação da gruta (que não entendi muito bem em francês e tão pouco acho que teria entendido em português), para mim, os mistérios da natureza são apenas mais uma expressão da beleza e perfeição de Deus.


Com tudo isso, Dinant é a cidade francófona que mais gostei na Bélgica.



No fim de semana seguinte a Dinant, fui conhecer uma cidade flamenga: Antuérpia. Era um dia de sol e as ruas estavam lotadas. Descobri na hora que lá é bom para comprar, mas era sábado e estou sem um tostão furado, então apenas passeei pela cidade, que por sinal, é bem mais bonita que eu pensava. Tem belas arquiteturas, igrejas... E um mão, que até então não sabia o significado. Quando cheguei em casa, fiz a pesquisa e descobri a lenda de Silvius Brabo. A estória fala de um gigante chamado Druon Antigone que cobrava uma espécie de pedágio aos navegantes do rio Escalda, às margens de Antuérpia. Um belo dia, o soldado romano Silviu Brabo se negou a pagar o imposto e se envolveu numa briga com o gigante. Para a surpresa de todos, Brabo venceu a batalha, matou Druon e arremessou sua mão no rio. Daí a explicação para o nome Antuérpia, que significa mão e arremessar em holandês.



PS: A Ana Eliza, citada em tantos posts, como em RomaLondresNamur, encerra sua participação (temporariamente, assim espero!) neste blog. Antuérpia foi nosso último passeio juntas na Bélgica, pois em em breve ela volta para o Brasil. Vai deixar saudades, mas tenho certeza que ela ainda fará parte de muitos episódios na minha vida, e neste blog tb, por que não? :)

sexta-feira, 9 de março de 2012

Praga é linda!


 
"Ai, gente, Praga é linda!" Essa foi apenas mais uma das centenas de frases em português que eu e a Núbia ouvimos enquanto passeávamos pelas ruas da capital tcheca. Embora a voz e o sotaque da moça fossem bem irritantes, ela estava certa. Praga é linda!


E isso não foi nenhuma surpresa. Todos que conhecem a cidade ficam encantados e é por isso que ela entrou para lista "A visitar na Europa" que fiz há alguns meses quando decidi minha data de volta ao Brasil (são 12 cidades novas e 3 a revisitar e faltam apenas 10 meses!). 

Quando cheguei à Praga, eu estava totalmente ignorante de qualquer história ou cultura do lugar. Mas lá me dei conta de duas coisas que me deixaram muito feliz. Um dos meus livros favoritos (tenho muitos!) é "A insustentável leveza do ser", escrito pelo tcheco Mila Kundera e que se passa em Praga. Mas fazia tantos anos que eu tinha lido que nem lembrava de onde era, mas quando cheguei lá, isso me voltou à cabeça. Depois ainda me lembrei que Franz Kafka também é tcheco e eu vi uma peça de teatro dele em Niterói, chamada O Processo, para um trabalho de faculdade. Fiquei feliz porque descobri que não era tão ignorante assim em relação à República Tcheca e também pq visitei o cenário de um livro que amei e conheci a casa de um escritor famoso (na Rua de Ouro do Castelo, uma das casinhas era de Kafka).


O que mais me chamou a atenção em Praga foi a arquitetura. Tem prédios deslumbrantes, como a Ópera Nacional, O Museu Nacional, o antigo palácio real e a cathedral, ambos na área do Castelo, e todos da praça do centro histórico, Old Town. É lá que fica o famoso relógio astronômico, também muito bonito e a subida vale muito a pena pela bela visão da cidade. 




Eu e a Núbia assistimos ao Teatro Negro, típico de Praga. Embora tivesse poucas cenas realmente de teatro negro, foi bem diferente e muito interessante. Eu gostei bastante e recomendo. Pena que tinha uma criança perturbada falando o tempo todo atrás da gente (e pior, em português). 


A boa notícia é que Praga é muito barata, o hotel, a comida, as atrações, tudo a baixo custo. E dá para se comer muito bem, embora eles tenham muito porco no cardápio. Um doce típico, que vende numas barraquinhas na rua, é tipo um pretz enroladinho. Bem gostosinho!


 
A má notícia é que simpatia não é o forte dos tchecos, pelo menos, não da maioria. E eles não fazem questão nenhuma de falar inglês, um saco.  

Obs1: não se preocupem com as direções em Praga. Não importa para qual lado você ande, você sempre acaba na praça do relógio. Sempre! hehehe

Obs 2: No verão passado, quando saía do sul da Itália para Madrid, conheci um rapaz no ônibus que levava de Bari ao aeroporto e por coincidência pegávamos o mesmo vôo. Fomos batendo papo o tempo todo e trocamos facebook. Ele era um tcheco e me deu as dicas de como ir e o que fazer em Praga. Quando finalmente consegui organizar minha viagem à cidade, mandei uma mensagem para ele no facebook. E, a resposta foi inacreditável. Ele estava viajando pela América do Sul e no exato dia que eu chegava à Praga, ele chegava ao Rio de Janeiro!!! A vida assim, cheia de coincidências, encontros e desencontros. A vida é linda e Praga tb! :)