terça-feira, 29 de abril de 2014

Uma foto, uma história - Post 4




Eu já disse aqui que tenho um irmão flamenguista-doente que me ensinou direitinho a me orgulhar do mengão onde quer que eu estivesse. Como também sou uma niteroiense apaixonada, me derreto por ambos sempre que tenho a oportunidade. Em nenhuma das minhas viagens ao exterior foi diferente. Disparava milhões de elogios à Nikity e indicava a todos (estrangeiros e brasileiros de outros estados) que atravessassem a ponte, se um dia estivessem no Rio. Também deixava claro que Maraca em jogo do Flamengo é um espetáculo à parte e imperdível.

Por tudo isso, quando realizei um dos sonhos da minha vida, de conhecer o Muro de Berlim, deixei registrado minhas paixões: Mengão, Nikity, Rio, Brasil.

PS: não sou uma vândala pixando um monumento histórico. Essa é uma parte do Muro liberada para deixar registros.

quarta-feira, 9 de abril de 2014

Sana: lugar de bicho-grilo




Cachoeira da Mãe - e um bichinho grilo
Duas das minhas melhores amigas me chamam de bicho-grilo. Logo eu: tão urbanizada e tão careta. Mas talvez elas tenham razão – a essência do “bicho-grilismo” está lá, timidamente manifestada nos pequenos pensamentos cotidianos. 

Não à toa, escolhi passar meu aniversário no Sana. Desde a minha adolescência, ouço falar do lugar como terra do Paz e Amor, bem no estilo Bob Marley. E, mesmo com a popularização, é verdade!





Localizado na região serrana de Macaé, próximo a Casimiro de Abreu e Nova Friburgo, o Sana é o tipo do lugar que celular não pega. Internet, então... Por incrível que pareça, só a Oi tem sinal por lá. E é ótimo que seja assim. Desligamento total.
 
A “bicho-grilisse” paira no ar do Sana desde a entrada, numa estradinha de terra toda esburacada, e fica ainda mais evidente quando se chega ao “centro”, que consiste em uma praça, um posto de saúde, uma feira de artesanato e muitas lanchonetes. Ao redor, são praticamente todos bichos-grilos. 

Cachoeira do Escorrega - nome dado por motivos óbvios
A grande atração por lá são as cachoeiras. Uma mesma trilha leva a quatro: Escorrega, Mãe, Pai e Sete quedas. A primeira, a uns 10 minutos de caminhada fácil, é bem movimentada, cheia de crianças e afins. Daí para cima, a subida complica um pouco, o que deixa tudo mais reservado e tranquilo. É uma delícia.




Mas o que mais me marcou no Sana foram o silêncio e o verde. Juntos, uma sensação de paz tão boa e, confesso, tão bicho grilo. 


Hospedagem: ficamos na Pousada Vale Encantado, que é uma delicinha e um preço justo. Um chalé aconchegante, um rio dentro da propriedade, um campinho de futebol. Há 3,5km das cachoeiras e do centro. 

Culinária: almoçamos no Macaxeira, restaurante de comida caseira que fica logo na entrada da trilha das cachoeiras. É barato e comida gostosa. 

quarta-feira, 2 de abril de 2014

Uma foto, uma história - Post 3




Esse foi meu primeiro quarto na Bélgica. Meu pequeno sótão durante cinco meses. A questão da moradia foi, sem dúvidas, o meu maior desafio na Europa. Morar com uma família que você não conhece é empolgante, mas também desesperador. Ainda mais do jeito que tudo se desenrolou. Eu nunca tinha visto fotos da casa e nem dos pais. Sequer tinha o endereço certo para jogar no Google Maps. Foram alguns emails trocados, uma ligação no telefone e pronto. A única coisa que eu sabia é que viriam me buscar na estação de trem. 

Quando eu cheguei àquela casa enorme, com três andares super esquisitos e desconexos, me deu um medo danado. Meu primeiro estranhamento foi que no banheiro não tinha chuveiro. O banho tinha que ser de banheira mesmo. A fama dos europeus não é em vão!

Meu quarto ficava no mesmo andar das crianças. Era pequeno, mas aconchegante. Não tinha armário (o que justifica a bagunça!), mas dava para me virar, já que eu também não tinha tanta roupa assim. E na prateleira ficavam meus livros, minha papelada que tanto amo. 

Privilégio era poder abrir essa janelinha, já que o frio muitas vezes não deixava. Eu ficava tão feliz quando acordava, abria a cortina rosinha e via que o sol estava brilhando...  Era um típico “pequeno prazer” da Bélgica. 

O engraçado é que esse quarto totalmente estranho a mim logo se tornou o MEU quarto. Quando me sobrava um tempinho, adorava ficar lá sozinha, jogada, curtindo meu dolce far niente. Estudava ali mesmo na cama. Dá para ver o estojo e os papéis jogados, né? Era também onde usava o Skype para conversar com minha família e amigos e também onde escrevi tantas vezes para esse blog.

Quando fui embora, me deu um aperto imenso no coração e, hoje, olhando essa foto, a saudade volta com tudo.