quarta-feira, 29 de junho de 2011

Diferenças...

Uma das melhores experiências que vivo na Europa é o contato com pessoas de estilos de vida muito diferentes do meu, seja por questões culturais, sociais, econômicas, religiosas, etc...
Um desses grupos são os mulçumanos. Tão raros no Brasil (nunca vi nenhum no RJ!), eles estão em todos os lugares por aqui, em Amsterdam, Paris, Bruxelas e até no interior da Alemanha. Eu tive o privilégio de estudar com dois no meu curso de francês. E digo privilégio porque acho no mínimo interessante a oportunidade de conversar e conviver com pessoas vindas de um mundo tão distante do seu (embora esse choque cultural cause muitos ruídos de comunicação, ainda mais em francês).
O que mais me chama a atenção neles é o fato de que mesmo longe do seu ambiente natural, os mulçumanos ainda mantêm seus costumes e tradições. E por isso, eles são facilmente reconhecidos pelas ruas, tanto as mulheres por causa dos véus que cobrem a cabeça, mas também os homens pelo estilo de se vestir, de se comportar, pela língua, etc.
Mas a verdade também é que eles não são tão fechados como parece. Meu colega de classe, por exemplo, está em processo de divórcio!  Aliás, como homens, eles são do tipo que cantam todas as mulheres e de forma muito insistente. Os marroquinos então... É só você andar pela rua que eles chegam falando um francês esfarrapado e pedindo seu telefone, antes mesmo de perguntar seu nome.
Mas de todos os tipos de pessoas que eu conheci por aqui, as que mais me impressionam são aquelas que teoricamente deveriam levar uma vida “normal”, mas que por qualquer motivo decidiram mudar de rumo. Talvez o caso mais notório disso seja um francês que conheci essa semana. Criado em Paris, trabalhando na área de computadores, ele cansou da vida “estressante, corrida e artificial” (palavras dele) das grandes cidades e resolveu mudar para o interior da França, numa região chamada Bretagne.
Lá, ele mesmo construiu sua casa auto-sustentável, com energia solar e eólica, tratamento de água próprio, onde ele planta trigo e produz e vende farinha e pão. A casa não tem televisão e a família é vegetariana. Seu estilo de vida é tão particular que ele já até virou notícia num canal de TV francês.
É claro que como um homem do campo, a aparência dele não é das mais tradicionais. Hoje de manhã, o levei com o filinho de 6 anos para o ponto do tram. Na volta, uma senhora muito distinta parou o carro perto de mim me perguntando se eu conhecia bem o homem que estava andando comigo e com a criança, porque ela achou meio esquisita a situação e ficou preocupada. Expliquei que ele era pai da criança e que eles eram meus hóspedes. A cara de espanto da mulher revela todo o preconceito que temos, inclusive eu, com aquilo que é diferente...

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Sementinha...

É sexta-feira e já passam das 21h. Eu estou arrumando meu quarto, quando a Boana bate na porta e diz que quer conversar, embora ela não tenha absolutamente nada para falar. Ela está entediada porque os pais estão assistindo um filme que ela não gosta. Sem assunto, eu peço para ela me ajudar a escolher a roupa que vou à igreja na manhã seguinte. Ela, obviamente, adora a idéia. Pede para eu sair, enquanto ela prepara os possíveis looks. Mas antes de eu deixá-la sozinha, ela pergunta:
- Por que você tem sempre que ir à igreja?
- Você pode ir um dia, se quiser.
- Na verdade, eu realmente gostaria de ir. Tenho vontade de conhecer.
Eu saio do quarto sem saber o que dizer. Não esperava uma resposta positiva. Depois de finalmente decidirmos meu visual, ela volta a tocar no assunto.
- A gente pode então pedir meus pais para eu ir amanhã com você.
- Você quer mesmo ir?
- Quero. Eu nunca fui a uma igreja. Quero saber como é.
- Você acha que eles vão deixar?
- Acho que sim.
Entramos as duas nervosas na sala. Eu estava com medo da reação deles. Em uma família atéia, você até se sente culpada por falar de Jesus a uma criança. Muito sem graça, eu digo que a Boana pediu para ir à igreja comigo.  Os pais se olham sem saber o que dizer. O pai diz que ela tem que estudar pras provas da escola e a mãe se diz preocupada em deixá-la ir numa igreja que ela não conhece para ouvir histórias e promessas que, aos olhos dela, não são verdade. E ainda tem mais um problema, a mãe acrescente:
- E se a Boana resolver seguir essa religião. Eu não vou deixar.
Depois de argumentar algumas coisas, rebatendo críticas que eles têm em relação às igrejas em geral, eu deixei eles sozinhos para conversar e me dar a resposta amanhã. Eu não acho que os pais vão ceder.  Fico abismada como as pessoas podem ser preconceituosas e caretas. Eles deixam a menina provar cerveja, mas não a deixam conhecer uma igreja.
Mas pelo menos a sementinha está plantada.
Desde que comecei minha jornada como Au Pair, oro diariamente para que Deus me dê sabedoria e guie meus passos para ser um bom exemplo para essa família atéia. Nos últimos dois meses, minhas orações foram ainda mais intensas. Eles estão passando por um momento delicado e eu já estou apegada demais. Sofro e torço para que eles consigam superar os problemas. E espero que um dia eles abram os olhos para a Verdade e aceitem o precioso dom da salvação.
Oro para que eles e TODA minha família verdadeira, minha mãe, minhas irmãs, meu irmão, meus tios, estejam comigo celebrando a volta de Jesus.
Saudade - Coral Jovem do IACS

terça-feira, 7 de junho de 2011

Toque brasileiro na Alemanha

Brasileiro é que nem praga, está em todos os lugares. Disso eu sempre soube. Mas acabei de constatar que brasileiros adventistas também estão espalhados por todos os cantos. Esse fim de semana, participei de um retiro espiritual de todas as IASD de língua portuguesa na europa, realizado na Alemanha. Foi excelente! É muito legal ver que mesmo longe das bases familiares e do país materno as pessoas continuam guardando sua fé e levando a outros a mensagem de esperança. Eu ainda não o conhecia, mas o Pr. Ronaldo de Oliveira é ótimo! Uma linguagem fácil, divertida e assuntos muito interessantes. A experiência dele quando foi sequestrado por guerrilheiros na Angola é impressionante.


Mas agora vamos falar um pouco da Alemanha... o retiro foi no interior, numa região chamada Geseke. Muito verde, natureza, lindo. Confesso que me surpreendeu. Eu jamais esperava encontrar essa paissagem na Alemanha. E os dias estavam lindos. Muito sol e calor.


Passeamos também por uma cidadezinha perto dali (que eu esqueci o nome) e por Colônia. Como sempre, o ponto turístico principal era uma igreja: a Catedral de Colônia. Enorme, gótica, linda e entrada franca. De resto, não tem muito mais para ver... restaurantes, barzinhos, lojas, o de sempre. Confesso que fiquei mais encantada com o interior, os campos são lindos e a cidade que visitamos uma gracinha, aquelas casinhas bem típicas, eu adorei.


Esse casal eu achei a coisa mais fofa do mundo. Dois velhinhos passeando de bicicleta e todo arrumadinhos. Muito bonitinhos! Aliás, vi bastante gente passeando de bike por lá. Infelizmente, as fotos de Colônia ficaram na máquina da minha amiga e ainda não chegaram às minhas mãos...