segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Ah... a Grécia... (Cap.2: Atenas)



Atenas é sentimental. Muitos tinham me dito que era feia, não é. Mas para quem gosta de fatos, de objetos, do táctil, a cidade pode deixar a desejar. Quem gosta de imaginar está no lugar certo. As ruínas da cidade milenar são de fato ruínas. Sobrou muito pouco do que foi a Atenas que estudamos na escola. Sobrou o imaginar.

Como já disse outras vezes, o que me emociona, me toca, é a sensação de estar em um lugar tão importante, mesmo que tudo tenha mudado, mesmo que as ruínas sejam apenas um toco do que um dia foi a pilastra de um magnífico templo de um deus grego, ou parte da arquibancada de um teatro.


A área histórica melhor conservada é, sem dúvida, a Acropolis - a cidade no topo do monte construída por volta de 450 a.C. É lá que fica o Parthenon - templo da deusa Atena, o Teatro de Dionísio, e outros monumentos da Grécia antiga.

 
 

O museu da Acropolis é gigantesco e vale muito a pena para entender como eram os monumentos, o significado de cada imagem e para chegar perto de algumas das esculturas que decoravam os interiores e as fachadas.

Fora da Acropolis, Atenas tem outras dezenas de pontos históricos, com ruínas e museus. Eu gostei de ver a prisão onde Sócrates foi preso e obrigado a se suicidar acusado de subversão à ordem social. Só me arrependi de não ter estudado tudo sobre a Grécia para aproveitar mais cada pedacinho de história.



Em Pireu, o porto mais perto de Atenas, saem diversos navios e cruzeiros para a ilha grega. A cidade gira praticamente em função disso, mas tem uma vista linda pra Atenas e um pôr do sol belíssimo. Foi de lá que peguei o barco para Kos, assunto do próximo post.


 

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Ah... a Grécia... (Cap. 1: Tessalônica)


Eu posso dizer que realizei muitos sonhos nos meus dois anos de Europa e um deles com certeza foi conhecer a Grécia. Esse, em especial, era um sonho que sempre achei difícil de realizar e não tinha certeza de que um dia conseguiria. De repente, eu me dei conta de que viajar pela Grécia era mais fácil do que eu podia imaginar.

Difícil foi comprar as passagens: depois de um dia de compras na França, estávamos mortas e o site não funcionava direito. Enfim, conseguimos. Estava tão ocupada que nem pensei mais nisso. Na semana véspera da viagem, comecei a procurar lugar para ficar e fazer o check-in dos vôos. Foi aí que me dei conta que tinha comprado uma passagem errada. Para Rodez na França e não Rhodes na Grécia como tinha pensado. Por total providência divina, consegui comprar outra passagem sem grandes prejuízos financeiros. No fim, meu roteiro ficou: Tessalônica, Atenas, Kos.

A primeira coisa que me impressionou na Grécia foram os preços. Quer dizer, antes dos preços, outra coisa me impressionou: os gregos. Meu primeiro contato com eles foi, digamos, inusitado. Para começar, em Tessalônica, quase ninguém fala inglês, nem os taxistas. Depois de uma negociação mais com as mãos do que com as palavras, um taxista topou me levar no hostel e assim que entrei no carro, reparei que o taxímetro não estava ligado. Pedi, então, para ligá-lo, mas o motorista não me entendia (ou fingia não entender) e dizia que o preço era fechado. Depois que insisti pela quarta vez para que ligasse o taxímetro, ele encostou  o carro, saiu, tirou minha mala do porta-malas, abriu a porta traseira e me mandou sair. Eu, totalmente surpresa, perguntei qual era o problema, e ele, aos berros, só me mandava descer do carro. Tive que voltar dois quarteirões com a mala até o mesmo ponto de táxi para encontrar outro taxista que falava menos inglês ainda, mas que ligava o taxímetro...

Mas, voltando aos preços... Tudo muito barato. Em Tessalônica fiquei em um hostel razoavelmente agradável por 12 euros. Era numa ladeira a 15 minutos a pé do centro. A comida também é muito barata, comia salada grega, mussaka e etc. por cerca de 5 euros. E pra beber, qualquer turista que se preza faz o que todo grego faz: bebe Frappé, um café gelado, ou o Capuccino Freddo, também gelado.



Em Tessalônica não tem muito para conhecer na cidade em si, que é muito pequena. Vale a pena subir no castelo e ter uma vista linda da cidade e do pôr-do-sol. O café no alto da montanha, aos pés do castelo, é uma graça.


Mas pegando ônibus ou trem pode-se chegar a praias bem bonitas. Mas confesso que nada de tirar o fôlego de cariocas muito bem acostumados com as paisagens brasileiras.


O passeio que eu mais gostei foi o do Monte Olimpo. Mesmo para mim, que não entendo nada de mitologia grega, estar no pé do monte considerado a casa dos deuses é muito legal. Sem contar que é um visual lindo demais, a maior montanha da Grécia e uma das maiores da Europa. Tem um trem de Tessalônica que te deixa na região e depois você pode subir o monte com uma excursão ou alugar uma bicicleta e pedalar pela orla e admirar o Olimpo de vários ângulos, foi o que fiz.


De Tessalônica para Atenas viajei em um trem noturno que sai às 23h e chega às 5h. É super barato (9 euros), mas horrível. O pior trem que viajei na Europa: sujo, fedorento, umas pessoas esquisitas, e ainda deu problema e atrasou a partida. É óbvio que tem a vantagem de ser super barato e ainda economizar a noite de um hotel, mas... nem sempre vale a pena.