Sinceramente, não sei se tive
opção de não ser flamenguista. Com um irmão fanático como o meu, seria, no
mínimo, decepcionante. Tanto assim que nem sei exatamente quando me decidi pelo
rubro-negro, mas lembro de torcer desde pequena. Lembro também que meu placar
nem sempre conferia com o oficial. Isso porque, para mim, gol impedido valia.
Achava um absurdo anularem um gol só porque o outro time não tinha se
posicionado direito, não tinha corrido o suficiente para estar na frente do
atacante (sim, eu já sabia o que era impedimento).
O fato é que, independente da
minha liberdade (ou não) de escolha, me identifico com a torcida do Flamengo
como me identifico com poucas coisas na vida. O jeitão popular, simples,
empolgado, completamente apaixonado. Bem eu.
Lembro perfeitamente a primeira
vez que entrei no Maracanã, ainda na versão bem antiga, com direito a geral. Fiquei
toda arrepiada e meus olhos se encheram d’água. Era tão grande, tão lindo, e
quando a torcida do Flamengo cantou o hino, tão emocionante. Era Flamengo X
Santos na época de Robinho e Diego. Não tínhamos chance e eu sabia bem disso.
Perdemos de 2 X 0, mas valeu o espetáculo.
Meu irmão saiu do Brasil quando
eu ainda era muito nova para frequentar estádios. Então, minhas primeiras vezes
no Maraca não foram com ele. Mas compensamos essa ausência da melhor forma
possível: vimos o Hexa juntos em 2009. Uma emoção inexplicável. Um dos dias
mais marcantes da minha vida.
Além do Mengão, fui duas vezes ao
Maraca assistir a seleção brasileira. Na primeira, vi Ronaldinho Gaúcho e Kaka
jogarem, com direito a golaço. A seleção ganhou de 5 X 0 do Equador. Na
segunda, com o novo estádio pronto (e lindo!), vi o que até eu duvidava, o
Brasil ganhar a Copa das Confederações contra a grande Espanha por 3 a 0. Mais
um dia marcante. Um sonho.
Mesmo assim e embora brasileira
com muito orgulho e muito amor, não dá pra negar que o Maraca rubro-negro é
mais quente e enlouquecedor do que verde-amarelo. Mesmo a disputa por uma
simples vaga nas quartas de finais da Copa do Brasil é capaz de se transformar a
torcida num espetáculo a parte quando se trata de Flamengo.
Aliás, vi algumas cenas muito lindas nesse último jogo. Sentei-me ao lado de um flamenguista especial, acompanhado de sua mãe. Ele estava tão empolgado com o jogo, sofreu e torceu tanto... Peguei-me torcendo para o Flamengo ganhar mais para vê-lo feliz do que pelo próprio time. Vi um outro jovem que, não sei porque, estava de cadeira de rodas. Ele, bem no meio da galera, e seu espaço sendo respeitado. Tinha também torcedores erguendo a faixa: "O Maraca é nosso. Fora Odebrecht!". Adorei.
O Maraca é ponto turístico indispensável
para moradores e viajantes, mas, se for para assistir um jogo do Mengão, melhor
ainda.
Nenhum comentário:
Postar um comentário